Não bata, eduque!

Crianças que apanham têm maior risco de apresentar transtornos

"

Quanto mais palmadas as crianças levam, maior é o risco de elas apresentarem comportamento antissocial, agressividade, problemas de saúde mental e dificuldades cognitivas. Essa foi a conclusão de um estudo feito por pesquisadores da Universidade do Texas e da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos e publicado na revista científica Journal of Family Psychology em abril.

DNA da mãe é decisivo para um envelhecimento saudável, revela estudo

Os pesquisadores se detiveram em estudos feitos nos últimos 50 anos com 160 mil crianças. Eles analisaram resultados associados a surras, palmadas e outros tipos de castigo físico. A conclusão é que a palmada aumenta a probabilidade de uma grande variedade de resultados indesejados na vida das crianças. Ao apanhar, elas costumam fazer o oposto do que os pais geralmente desejavam. E, quando adulto, quem foi castigado fisicamente apresentou comportamento antissocial e maior risco de problemas de saúde mental. 

Estudo confirma que gorduras saturadas fazem mal à saúde

Eles também foram mais propensos a apoiar o castigo físico em seus próprios filhos. Ou seja, a intenção educativa dos pais ao usar as palmadas não se cumpriu nem imediatamente, nem a longo prazo.A psicóloga Natália de Andrade de Moraes, 25 anos, considera importante que, no processo educativo, os pais situem o lugar da criança na relação familiar. Segundo ela, ainda que eles sejam responsáveis pelos seus cuidados e educação, vale ressaltar que a criança não é dos pais, no sentido de que lhes pertence. Ela é uma outra pessoa, que depende radicalmente do adulto, por questões óbvias de desenvolvimento, maturação e constituição psíquica.

Paciente de Santa Maria, de 140 kg ganha direito a cirurgia bariátrica de urgência

– Isso a coloca numa certa desvantagem em relação ao adulto. O que não significa que ela deve estar submetida a ele de qualquer forma, ou que este tenha poder sobre ela. O adulto que bate na criança não respeita essa disparidade da relação, assumindo uma posição de excesso, no sentido de abusar dessa diferença – explica Natália.

Polinésia Francesa pode ser porta de entrada do zika para o mundo

Assim como o cuidado produz efeitos na saúde mental da criança, o maltrato tem suas consequências. A violência de qualquer tipo marca a história da pessoa. No imaginário infantil, um adulto que agride, física ou verbalmente, pode ser representado como uma figura monstruosa, ameaçadora, mas cada criança interpreta esse gesto de uma forma. Os transtornos podem se refletir em sintomas clínicos ou dificuldades na interação com familiares, colegas e professores. A longo prazo, os efeitos são singulares e não é possível generalizar o que a palmada causa no indivíduo.

Diálogo tem de resolver

O que substitui a agressão física é a palavra, afirma Natália. Segundo ela, muitas vezes, a violência surge ali onde falta o diálogo, quando os pais "

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Decoração estilo Rock imprime personalidade e estilo ao ambiente

Próximo

Paciente de Santa Maria, de 140 kg ganha direito a cirurgia bariátrica de urgência

Vida